Invasão de banco expõe os riscos de discursos inflamados. A maioria quer ordem, e Lula pode repetir erros que custaram a eleição de Bolsonaro.
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A invasão do prédio de um banco, em São Paulo, por movimentos sociais ligados ao deputado Guilherme Boulos (PSOL), como aconteceu esta semana, é um marco extremamente perigoso. Não só porque representa um ato de barbárie no coração financeiro do país, mas principalmente por revelar o quanto o discurso político demagógico pode alimentar, em última instância, comportamentos criminosos. O problema é que, enquanto movimentos sociais avançam para a radicalização, o discurso oficial vai na mesma direção.
O ato aconteceu, não por acaso, logo depois que o presidente Lula (PT) participou de manifestação segurando cartaz que alimentava essa narrativa. Lula e o PT insistem em dividir o país entre “pobres e ricos”, como se o Brasil fosse uma caricatura maniqueísta, e não uma sociedade diversa. Essa retórica agrava tensões, legitima excessos e pode estimular outros atos de violência.
Nesse cenário a instabilidade só cresce, afetando a economia, afastando investimentos e desorganizando a rotina da maioria que só quer trabalhar em paz e espera que o governo atrapalhe menos.
Centro Silencioso
Apesar do Brasil ter esquerda e direita bem organizadas, a maioria dos eleitores se posiciona no centro. Esse eleitorado não se identifica com extremismos, nem com os bolsonaristas que ameaçam instituições, nem com movimentos de esquerda que invadem prédios privados. A polarização serve aos radicais, mas assusta a maior parte da população que deseja um ambiente estável para criar os filhos, pagar as contas e ter alguma previsibilidade. O centro silencioso foi decisivo em 2022 e, ao que tudo indica, continuará sendo o fiel da balança em 2026. Então, além de tudo, é um erro estratégico dos petistas.
Ordem e Equilíbrio
Esse público, majoritário, quer ordem, organização e equilíbrio. Não existe apetite para confusão permanente. Quando se sente ameaçada pela balbúrdia, a população se afasta de quem simboliza a desordem. O eleitor brasileiro tem baixa tolerância para instabilidade prolongada. A classe média, em especial, rejeita qualquer cenário que lembre anarquia. E sem apoio desse grupo, ninguém se elege no Brasil. Hoje, cerca de 30% dos eleitores se identificam com a direita e outros 30% se identificam com a esquerda. Os 40% restantes querem apenas paz.
Zambelli e Bolsonaro
O caso mais didático é o de Carla Zambelli, em outubro de 2022. A deputada bolsonarista perseguiu um homem pelas ruas de São Paulo com uma arma em punho, às vésperas do segundo turno. A cena foi exibida exaustivamente na TV e nas redes, associando o bolsonarismo à ideia de confusão, violência e desprezo pela lei. Aquele episódio foi decisivo para consolidar a rejeição que tirou votos do então presidente na reta final. A percepção de “bagunça” afastou o eleitor do centro, que decidiu a eleição.
Risco Repetido
Se Lula e o PT não entenderem que esse mesmo eleitor deseja serenidade e respeito às regras também no atual governo, vão repetir o erro. A invasão do prédio de um banco, longe de representar força popular, escancara a irresponsabilidade de quem, com microfone em mãos, acende um pavio. E quem aposta no caos, quase sempre, acaba tragado por ele.




