Quando o trabalho diplomático mostra resultados para a economia, e a pantomima política abre espaço para promissor horizonte coletivo
JC
Publicado em 04/07/2025 às 0:00
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Criado para dar protagonismo e competitividade às nações da América do Sul, em um mercado globalizado por laços comerciais vinculados a blocos de países com maior capacidade de negociação – e melhores ganhos para suas populações e empresas – o Mercosul surgiu com o desafio de tornar a política uma aliada da economia. O que não é fácil em um continente cercado pelo populismo, de um lado, e pelo preconceito ao capitalismo no qual o comércio internacional está inserido, de outro. Juntar os interesses de Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Bolívia para oferecer e almejar condições preferenciais para transações comerciais, não é algo simples – como em todo bloco, aliás, e todo acordo entre blocos de países. Especialmente depois de Donald Trump, como presidente dos Estados Unidos, inaugurar uma era de sobretaxas e incertezas no mercado global.
O desafio emerge nos encontros de cúpula, com a presença de líderes nacionais mais interessados em ganhar luz e palco para seus propósitos de poder, do que em estabelecer laços firmes num cenário de livre-comércio cada vez mais regulado, onde os acordos em grupo podem turbinar setores inteiros da economia dos países. Ou ainda, se os eventos se transformam em motivos para realçar diferenças políticas que não podem ser traduzidas em disputas, já que os opositores não concorrem por votos – mas tentam transformar em votos futuros a percepção da polarização com um líder de outro país. Como na arenga infrutífera e dispensável entre Lula e Milei, com a participação de uma ex-presidente presa, Cristina Kirschner.
O longo trabalho diplomático no âmbito de um acordo comercial de porte necessário para um consenso entre blocos, mostra seu resultado no momento em que chega ao ponto do anúncio como um exemplo promissor para os envolvidos, na direção de acordos maiores. Se ainda não é hora de celebrar e fortalecer um acordo com a União Europeia, o Mercosul, após oito anos de negociação, fechou acordo histórico com a Efta, a Associação Europeia de Livre Comércio, da qual participam a Suíça, a Noruega, a Islândia e Liechtenstein.
O Itamaraty comemora a conquista como oportunidade para a modernização das cadeias produtivas, com aporte tecnológico dos países europeus, e para a internacionalização dos integrantes sul-americanos. Além de os chocolates suíços ficarem mais baratos nos países do Mercosul, produtos daqui para lá serão favorecidos e poderão ganhar mercado, como suco de laranja, frutas variadas, café torrado e manteiga de cacau. A meta é que a redução de tarifas alcance o valor zero em 15 anos. Como se vê, o anúncio é apenas o primeiro passo de um longo caminho de consolidação econômica.
Mas também precisa de prova de maturidade política. O acordo precisa ainda ser aprovado nos parlamentos de todos os países dos dois blocos, e em seguida, ganhar a assinatura do poder Executivo de cada país. A tramitação institucional requerida faz parte da democracia, mas deve ser acelerada em conjunto, para que as instituições nacionais percebam a importância e a magnitude para suas respectivas populações, na forma de ganhos econômicos e perspectivas de desenvolvimento a partir de um novo patamar de integração.




