Depois do sinal verde do presidente da República, o governo e o PT municiaram as redes sociais com o discurso pronto para a campanha eleitoral
JC
Publicado em 05/07/2025 às 0:00
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Se a postura de não aceitação da derrota eleitoral foi apontada como fator de desencadeamento da invasão do Capitólio, nos Estados Unidos, e da Praça dos Três Poderes, em Brasília, por declarações ou silenciamentos de Donald Trump e Jair Bolsonaro, respectivamente, é importante não perder de vista a influência de líderes de qualquer matiz ideológica sob seus seguidores. Nos dois episódios, alguns anos atrás, a demonstração totalitária foi traduzida como caso de justiça, solicitando a penalização dos participantes e servindo de alerta aos riscos dos ataques à democracia por estratégias de comunicação voltadas para o estabelecimento do poder à força.
A violência pode não ser orquestrada, mas o estímulo que insufla manifestantes predispostos à violência não deixa de ser da responsabilidade de líderes mal-intencionados, ou de seus partidos e até do governo, caso o poder esteja em suas mãos. É o que pode ocorrer, por exemplo, no instante em que a constatação da impopularidade leva um presidente da República e seu governo a abandonarem o apego ao jogo democrático para lançar campanhas desagregadoras, com o objetivo – mais uma vez – de cindir a nação em dois lados radicalmente opostos. Mesmo que isso abale as instituições, e traga o conhecido risco de animar plateias autoritárias, o que importa é garantir um lugar na disputa eleitoral, de preferência com a associação a um salvador da pátria capaz de unir o país, oportunamente desunido.
Bastou um sinal dado pelo presidente Lula, que empunhou cartaz pela taxação dos super-ricos. Lula vem repetindo o mantra da divisão de classes, para delírio da torcida que esquece que o atual mandatário já vai no fim de seu terceiro mandato – sem roçar na desigualdade brasileira. A justiça tributária deve, sim, ser perseguida, como os governos do PT não fazem há quase duas décadas no Planalto, com o intervalo de um mandato. Com o sinal verde do maior líder, integrantes de movimentos sociais ocuparam uma agência bancária em São Paulo, para pressionar os “ricos” a aceitarem a reivindicação dos “pobres” – e as aspas lembram que o atual, como todo governo, não se desata de uma elite econômica e política alimentada com privilégios.
Nos governos do PT, o povo continua pagando a conta – e a mamata continua. As duas expressões estamparam cartazes na agência bancária paulista. As relações com o Congresso seguem obscuras, desde o mensalão, chegando às emendas Pix. O escândalo do INSS é uma prova de descompromisso com os mais pobres. E a vertigem da perda do poder faz com que o partido e seus aliados invistam no ódio de classes, nas redes sociais e nas ruas, com a expectativa de reverter a queda de popularidade e entrar melhor na corrida eleitoral, daqui a um ano.
As vozes sensatas que restam no governo e no PT podem tentar frear a radicalização puxada pelo presidente. A negociação em torno do IOF, arbitrada pelo Supremo Tribunal Federal, é o melhor caminho, antes que a espiral da pregação da violência descambe nas consequências previsíveis, com um horizonte de incerteza e medo retomado para 2026.




