Pesquisa Quaest revela que tanto Lula quanto Bolsonaro enfrentam rejeição crescente, reflexo de um eleitor exausto da polarização sem novas saídas.
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O brasileiro está cansado. Mais do que cansado, o brasileiro está exausto de Lula (PT) e de Bolsonaro (PL). Os motivos são diferentes, mas o desgaste acaba ficando evidente nas pesquisas de opinião das últimas semanas e atingem os dois políticos que protagonizam uma polarização aparentemente interminável na política do país.
No caso do atual presidente, a má vontade do eleitor é resultado da falta de novidades, da ausência de medidas que mexam com a vida real da população. Vem também da percepção de que o governo lulista não tem mais perspectiva de apresentar algo transformador.
Já no caso do ex-presidente, a fadiga se soma ao peso de estar associado a uma tentativa de golpe, além das confusões intermináveis em que ele sempre se envolve, o que reforça a imagem de instabilidade e caos. Pode pesquisar, todas as últimas polêmicas no Congresso aconteceram por causa ou por ordem de Jair Bolsonaro.
O país fica travado. Olhar para o Brasil de hoje é visualizar um carro que não tem força no motor (Lula) para subir qualquer ladeira, enquanto pedras (Bolsonaro) vão se acumulando pela estrada.
O limite de Lula
A pesquisa Quaest deixa claro que Lula não conseguiu sair do fundo do poço em que mergulhou meses atrás. Houve uma recuperação após episódios externos, como declarações de Donald Trump e ataques de Eduardo Bolsonaro usando os Estados Unidos, mas ela estagnou rápido.
Hoje, o presidente está estacionado com 51% de desaprovação e 46% de aprovação, o mesmo percentual do mês passado. Não houve inversão, não houve nova onda positiva, apenas a repetição dos mesmos números.
E quando alguém está no fundo do poço e se mantém estável, essa estabilidade não é sinônimo de força, mas de fragilidade.
É a imagem de um governo que não consegue retomar a conexão com o eleitorado. Isto, aliás, está na pesquisa. Perguntados se “Lula perdeu a conexão com o povo”, 61% dos entrevistados dizem que “sim”.
Benefícios sem retorno
O lançamento de programas como o Gás do Povo, que aconteceu neste mês, mostra bem esse limite. O benefício é aprovado pela maioria (67%), mas não reflete em ganhos de popularidade.
O motivo: a população deixou de ver os programas sociais como “presentes” do governo e passou a encará-los como “direitos adquiridos”. No levantamento da Quaest, o salto de 51% para 65% dos que afirmam que benefícios sociais são direitos comprova essa mudança cultural.
Isso significa que Lula não pode mais pedir voto dizendo que “deu” o Bolsa Família ou o Gás do Povo, porque a resposta do eleitor será que aquilo já pertence ao cidadão. A consequência é a estagnação de uma agenda que foi decisiva em outras eleições.
E o fato é que, nos últimos três anos, Lula não conseguiu oferecer nada além de recauchutagens, relançamentos ou novos programas sociais buscadores de voto. Isso cansou.
O peso de Bolsonaro
Se Lula enfrenta o desafio da estagnação, Bolsonaro convive com um desgaste de outra natureza. As pesquisas mostram que a parcela da população que acredita na tentativa de golpe e em sua participação direta cresceu.
Além disso, caiu a percepção de que ele é “vítima de perseguição”, ao mesmo tempo em que aumentou o número dos que veem “imparcialidade no julgamento”. Ou seja, a narrativa do mártir perde força.
Some-se a isso a imagem de um líder que sempre está envolvido em confusões e crises, e o resultado é um eleitorado cansado. Não há novidade, não há projeto, apenas um replay incessante e desgastante de polêmicas.
Um exemplo prático é o Congresso não ter conseguido, até hoje, concluir a votação da regulamentação da Reforma Tributária. Simplesmente porque, entre recessos e “greves por pagamento de emendas”, toda vez que os deputados resolvem trabalhar é para discutir alguma confusão relacionada ao ex-presidente, seja com anistia, blindagem ou qualquer outro tema.
STF fortalecido?
No mesmo levantamento, quem aparece em ascensão é Alexandre de Moraes. A inversão nos índices de opinião sobre seu impeachment mostra uma virada significativa: a maioria agora rejeita a ideia de afastá-lo. Isso representa não apenas uma vitória pessoal do ministro, mas também um fortalecimento institucional do Supremo.
Num ambiente em que os dois polos da política nacional acumulam rejeição, a Justiça surge, paradoxalmente, como a única que colhe dividendos da crise. Isso pode parecer positivo para quem torce pelo ministro (sim, existe “apoiador de ministro do STF”, acredite ou não), mas é ruim para o Brasil.
Primeiro, porque não está entre as atribuições de um ministro do STF ser queridinho de grupos políticos ou fomentar apoio popular. Qualquer suprema corte com características que levem a isso precisa suscitar preocupação extrema da sociedade.
Segundo, porque demonstra o extremo do cansaço da população com os dois polos das disputas políticas brasileiras. Ninguém aguenta mais confusão com Bolsonaro e ninguém enxerga futuro com Lula. “Moraes popular” é um reflexo da carência do eleitor.
Esse cansaço abre espaço para todo e qualquer tipo de aventureiro/aproveitador que conseguir encaixar algum discurso demagógico e espetaculoso nas dores da população. Quanto mais cansado está o honesto, mais fácil é a vida do bandido.




