Segundo a simulação elaborada pelos técnicos da Unafisco, o novo modelo concede um benefício real apenas para rendimentos de até R$ 7.350 mensais
JC
Publicado em 04/10/2025 às 7:56
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A aprovação do Projeto de Lei 1087/2025 na Câmara dos Deputados, que altera a tabela do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF), trouxe um alívio fiscal bem-vindo para milhões de brasileiros, mas falhou em corrigir a histórica defasagem que penaliza a classe média tradicional. A análise é da Unafisco Nacional, entidade que reúne auditores fiscais da Receita Federal.
Segundo a simulação elaborada pelos técnicos da Unafisco, o novo modelo concede um benefício real apenas para rendimentos de até R$ 7.350 mensais. A proposta cria uma faixa de isenção total até R$ 5.000 e aplica um fator de redução progressiva que zera o imposto, de forma escalonada, até o limite de R$ 7.350.
“A simulação revela que a situação mais favorável é a de quem ganha exatamente R$ 5.000 sem dependentes. Esse contribuinte, na prática, terá algo próximo a um 14º salário ao longo do ano, graças à isenção total”, afirma Mauro Silva, presidente da Unafisco Nacional.
Benefício focado e defasagem ignorada
A grande limitação da proposta, segundo a Unafisco, é que o alívio tributário desaparece para quem está acima do limite. O modelo aprovado difere de um reajuste da tabela, que beneficiaria todas as faixas, ao restringir a vantagem a um grupo específico de rendas, sem alterar as alíquotas ou as faixas superiores de contribuição.
“Já acima de R$ 7.350, não há qualquer benefício e essa é a grande limitação da proposta”, explica Silva.
Para profissionais de nível superior, supervisores e técnicos especializados, que tipicamente ganham R$ 8.000, R$ 9.000 ou mais, a nova regra não traz qualquer impacto. Eles continuam submetidos à mesma tabela de alíquotas máximas, congelada desde 1996. A defasagem acumulada, que ultrapassa 170%, segue pesando integralmente sobre seus rendimentos.
“Quem ganha R$ 8.000, R$ 9.000 ou mais… continua submetido à mesma tabela congelada desde 1996. A defasagem acumulada continua pesando integralmente sobre esses contribuintes”, reforça o presidente da entidade.
Variação por dependentes
O estudo da Unafisco também aponta que o benefício concedido varia conforme o número de dependentes. A economia anual de imposto pode superar R$ 4.000, mas é mais significativa para contribuintes sem dependentes e que se encontram na faixa mais próxima dos R$ 5.000.
Em suma, a nova tabela representa um avanço em termos de justiça fiscal para a base da pirâmide de contribuintes. Contudo, a Unafisco é enfática ao concluir que o projeto é um “avanço parcial”, que mantém a carga desproporcional sobre a classe média.
“É um avanço parcial, que traz algum grau de justiça para a base da pirâmide, mas mantém a carga desproporcional sobre a classe média. A injustiça persiste para uma fatia importante da população que continua arcando com 100% da defasagem histórica”, finaliza Mauro Silva.
Veja simulações do benefício ao ano (sem dependentes):
Renda Bruta: R$ 3.500,00 Economia de imposto anual: R$ 6.516,88
Renda Bruta: R$ 4.000,00 Economia de imposto anual: R$ 1.491,88
Renda Bruta: R$ 5.000,00 Economia de imposto anual: R$ 4.067,57
Renda Bruta: R$ 6.000,00 Economia de imposto anual: R$ 2.336,75
Renda Bruta: R$ 7.000,00 Economia de imposto anual: R$ 605,86
Renda Bruta: R$ 7.500,00 a R$ 10.000,00 Economia de imposto anual: R$ 0,00
Simulações com dois dependentes:
Renda Bruta: R$ 3.500,00 Economia de imposto anual: R$ 369,13
Renda Bruta: R$ 4.000,00 Economia de imposto anual: R$ 1.208,37
Renda Bruta: R$ 5.000,00 Economia de imposto anual: R$ 3.243,95
Renda Bruta: R$ 6.000,00 Economia de imposto anual: R$ 2.336,75
Renda Bruta: R$ 7.000,00 Economia de imposto anual: R$ 605,86
Renda Bruta: R$ 7.500,00 a R$ 10.000,00 Economia de imposto anual: R$ 0,00




