Os pesquisadores criaram método para identificar metanol em bebidas e buscam apoio para produção de canudos que detectam a contaminação
JC
Publicado em 05/10/2025 às 11:56
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A Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) avança no desenvolvimento de tecnologias voltadas à identificação rápida de metanol em bebidas alcoólicas, com potencial para fortalecer as ações de fiscalização e prevenção de intoxicações no país.
Reportagem do G1 mostrou que os pesquisadores da instituição criaram um método capaz de detectar adulterações em poucos minutos, sem necessidade de abrir a garrafa, e agora discutem com o Ministério da Saúde a possibilidade de aplicação prática da descoberta em escala nacional.
O método utiliza luz infravermelha para analisar o conteúdo da garrafa e identificar substâncias que não fazem parte da composição original da bebida, como o metanol ou até mesmo a adição de água para aumentar o volume.
Um software interpreta os dados e apresenta o resultado com até 97% de acerto. Desenvolvido inicialmente a partir de estudos com cachaça, o processo pode ser aplicado em outros tipos de destilados.
Além dessa tecnologia, a equipe da UEPB desenvolve um novo mecanismo de segurança que promete facilitar a identificação da substância pelo próprio consumidor: um canudo que muda de cor ao entrar em contato com o metanol. A proposta é oferecer um instrumento acessível e preventivo que possa ser utilizado em ambientes informais de consumo.
As pesquisas, iniciadas em 2023, já resultaram em duas publicações na revista científica Food Chemistry, uma das mais reconhecidas no campo da química e bioquímica dos alimentos. A qualidade dos resultados chamou a atenção de autoridades e abriu espaço para o diálogo com o Governo Federal sobre formas de transformar o conhecimento acadêmico em política pública.
Nesse sábado (4), representantes da UEPB participaram de uma reunião remota com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, para apresentar os avanços e discutir os próximos passos. O encontro contou com a presença da reitora Célia Regina Diniz, da vice-reitora Ivonildes Fonseca, da pró-reitora de Pós-Graduação e Pesquisa Nadja Oliveira, do pró-reitor adjunto de Infraestrutura Felix Brito e dos professores David Douglas e Railson Oliveira, responsáveis pela pesquisa.
Durante a reunião, foram apresentados dados preliminares, métodos de detecção e propostas de implementação das tecnologias em larga escala. A expectativa é que os projetos sejam encaminhados ao Ministério da Saúde com vistas à obtenção de apoio técnico e financeiro para a institucionalização das ações.
A UEPB defende que a parceria entre universidades e o poder público é fundamental para enfrentar um problema que já se tornou questão de saúde nacional. O metanol, substância altamente tóxica, vem sendo utilizado por produtores clandestinos na fabricação de bebidas falsificadas. A ingestão pode causar cegueira, insuficiência renal, danos neurológicos graves e até a morte.
Casos recentes de intoxicação em diferentes regiões do Brasil acenderam o alerta das autoridades sanitárias. Até o início de outubro, o país registrava mais de uma centena de notificações em seis estados e no Distrito Federal, incluindo Pernambuco, Bahia, São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul. Os números reforçam a urgência de soluções que combinem pesquisa científica, fiscalização e educação do consumidor.
A reitoria da UEPB ressalta que o compromisso da instituição é contribuir para a proteção da vida e o fortalecimento de políticas públicas baseadas em evidências científicas. O próximo passo será a elaboração de um plano de trabalho junto ao Ministério da Saúde, que viabilize a aplicação prática das tecnologias e amplie a segurança na produção e consumo de bebidas alcoólicas em todo o país.
“Essa união de esforços busca enfrentar de forma técnica, científica e eficaz um grave problema de saúde pública, que tem vitimado pessoas em diversas partes do nosso país”, afirmou.
Com os avanços alcançados, a Universidade Estadual da Paraíba se consolida como referência nacional na busca por soluções tecnológicas que aliem inovação, ciência e responsabilidade social, colocando o conhecimento a serviço da prevenção e da saúde pública.




