A metodologia do estudo avalia a prontidão das economias para a transformação digital através de 61 indicadores em três fatores principais
JC
Publicado em 05/11/2025 às 15:28
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O Brasil apresentou uma recuperação na sua capacidade de incorporar e transformar tecnologias digitais, subindo quatro posições no Ranking Mundial de Competitividade Digital 2025. Divulgado pelo IMD World Competitiveness Center (WCC) em parceria com a Fundação Dom Cabral (FDC), o anuário analisou 69 nações e colocou o Brasil na 53ª posição, superando um período de estagnação observado em 2023 e 2024.
A metodologia do estudo avalia a prontidão das economias para a transformação digital através de 61 indicadores em três fatores principais: Conhecimento, Tecnologia e Prontidão para o Futuro. O país registrou melhora em todos eles: em Tecnologia, subiu para a 58ª posição, dois pontos acima do ano anterior; em Conhecimento, alcançou o 56º lugar; e em Prontidão para o Futuro, apresentou o maior progresso, com um avanço de três posições, chegando à 50ª colocação. Esses resultados indicam uma recuperação gradual da competitividade digital brasileira, impulsionada por avanços em inovação, digitalização e capacidade de adaptação às transformações tecnológicas globais.
Suíça assume a liderança
No panorama global, a Suíça passou a ocupar o 1º lugar no Ranking, avançando da 2ª posição do ano anterior. O país europeu se destaca em Conhecimento, onde ocupa a 1ª posição, um resultado associado à sua infraestrutura de ensino e pesquisa e à capacidade de formação e retenção de talentos qualificados. O pódio é completado pelos Estados Unidos (2º), Singapura (3º) e Hong Kong (4º). A Europa mantém forte presença entre os dez primeiros, com Dinamarca (5º lugar) liderando em Prontidão para o Futuro (1º), seguida por Países Baixos (6º) e Suécia (8º). Os Emirados Árabes Unidos (9º) representam o Oriente Médio entre os dez primeiros. Na América Latina, o Brasil (53º lugar), Argentina (60º) e Peru (64º) figuram na segunda metade da lista, enquanto as posições mais baixas se concentram em países da Ásia e África, com a Venezuela na última posição (69ª).
Economia do conhecimento
O Brasil obteve avanços expressivos em indicadores que reforçam a economia do conhecimento. Entre os principais destaques estão a produtividade de publicações por pesquisas, onde o país alcançou a 9ª colocação, refletindo o crescimento de programas de fomento à ciência e a aproximação entre universidades, centros de P&D e empresas.
Outros avanços incluem os investimentos privados em Inteligência Artificial (16º lugar), o que reflete o amadurecimento do ecossistema de startups e a expansão do uso de IA em diversos setores.
O número de robôs em educação e P&D (17º lugar) demonstra o progresso na integração entre automação, ensino e inovação no ambiente acadêmico, e o uso de serviços públicos online pela população (19º lugar), junto com o uso de smartphones (19º lugar), revela o avanço da digitalização no cotidiano, com plataformas como o Gov.br contribuindo para maior eficiência na gestão pública. Hugo Tadeu, diretor do Núcleo de Inovação, IA e Tecnologias Digitais da FDC, destaca o impacto dessa evolução: “Esse movimento tem impulsionado o desenvolvimento tecnológico, ampliado a visibilidade internacional da produção acadêmica brasileira e estimulado a criação de soluções de alto valor agregado, conectando pesquisa e aplicação prática”.
Desafios estruturais
Apesar da melhora geral, o Brasil ainda precisa enfrentar desafios estruturais. O país mantém um posicionamento nas últimas colocações em subfatores cruciais para o desenvolvimento digital, o que limita o ritmo de avanço e a consolidação de um ecossistema inovador.
Os principais pontos de atenção são: a prática de transferência de conhecimento (65º lugar), onde a desconexão entre universidades, empresas e o poder público dificulta a transformação da produção científica em inovação aplicada e soluções tecnológicas escaláveis; a disponibilidade de Capital de Risco (64º lugar), onde a escassez e o alto custo do capital limitam o financiamento de startups e a expansão de empresas de base tecnológica, refletindo um ambiente regulatório instável e o elevado risco para o capital; Talento (68º lugar), que avalia o desenvolvimento e a atração de pessoas e é a pior posição do Brasil no ranking; e a gestão das cidades (64º lugar), onde a falta de integração entre transporte, habitação e planejamento urbano ainda compromete a eficiência dos serviços públicos e a qualidade de vida da população.
Para que essa trajetória de modernização se consolide, Hugo Tadeu conclui que é indispensável a adaptação do sistema regulatório aos ritmos ágeis da era digital. “Neste contexto, a agenda de transformação do país deve, obrigatoriamente, alçar à condição de prioridade tanto a efetiva inclusão de novas tecnologias no tecido corporativo, como o apoio robusto à educação de base digital”, afirma o especialista.




