A redação do Enem avalia a capacidade dos estudantes de formular argumentos, estruturar ideias com clareza e propor soluções para problemas sociais
Mirella Araújo
Publicado em 01/07/2025 às 11:32
| Atualizado em 01/07/2025 às 11:49
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O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2025 será realizado nos dias 9 e 16 de novembro. Uma das partes mais importantes na composição da nota é a Redação, aplicada no primeiro domingo da maratona de provas.
A redação do Enem avalia a capacidade dos estudantes de formular argumentos, estruturar ideias com clareza e propor soluções para problemas sociais. O candidato deve defender um ponto de vista — uma opinião sobre o tema proposto — apoiado em argumentos consistentes, organizados com coerência e coesão, formando um texto bem estruturado.
Para quem está se preparando para o Enem ou outros vestibulares, as férias de julho podem ser um bom período para manter a prática da escrita. De acordo com especialistas, o ideal é produzir de uma a duas redações por semana ao longo do recesso. Assim, é possível manter o ritmo de estudos sem abrir mão do descanso necessário.
Segundo Maysa Barreto, auxiliar pedagógica, escrever bem exige treino e regularidade, assim como o desenvolvimento em atividades esportivas. “Um atleta perde condicionamento físico quando fica muito tempo sem treinar; da mesma forma, o estudante pode perder fluidez e agilidade na escrita se não praticar com frequência”, compara.
Com mais tempo livre nas férias, a especialista também recomenda revisar redações já corrigidas. A análise crítica desses textos ajuda o estudante a reconhecer seus pontos fortes e identificar aspectos que precisam ser aprimorados.
“Reescrever textos antigos e produzir novos é uma forma eficaz de consolidar o aprendizado e transformar erros em oportunidades de evolução”, afirma.
Momentos de lazer não podem ser deixados de lado
Maysa destaca ainda a importância de equilibrar estudo e descanso. Segundo ela, momentos de lazer são fundamentais para a assimilação do conteúdo, ajudando a mente a se recuperar e se preparar para os desafios futuros. “Conciliar produtividade e bem-estar é o segredo para um recesso mais proveitoso e saudável”, reforça.
Além dos treinos de escrita, o período de férias também pode ser aproveitado para ampliar o repertório sociocultural — um diferencial na redação do Enem, que exige argumentação consistente e bem fundamentada.
Atividades que podem enriquecer o repertório dos estudantes
A especialista da plataforma Redação Nota 1000 sugere algumas atividades que podem enriquecer a bagagem de conhecimento dos estudantes:
- Visite museus, exposições e espaços culturais: essas experiências contribuem para uma visão mais crítica e autoral sobre temas diversos, principalmente quando há mediação ou visitas guiadas;
- Participe de cine-debates: muitos centros culturais, universidades e instituições promovem sessões de filmes seguidas por discussões temáticas, que ajudam a aprofundar o entendimento sobre questões sociais, históricas e filosóficas;
- Entre em rodas de leitura e conversas literárias: compartilhar leituras é uma forma de exercitar a interpretação, a argumentação e a análise crítica, além de explorar diferentes pontos de vista sobre uma mesma obra;
- Acompanhe podcasts e videocasts: esses formatos oferecem conteúdo atualizado sobre atualidades, ciência, política, cultura e outros assuntos que podem servir de referência nas redações;
- Explore jogos com foco narrativo (storytelling): videogames com enredos complexos e temáticas profundas — como ética, relações humanas e desigualdade social — podem estimular a reflexão crítica e o raciocínio lógico.
Manter-se ativo durante o recesso não significa abrir mão do descanso, mas aproveitar o tempo de forma estratégica.
Gestão mais equilibrada do tempo evita sobrecarga mental
Mais do que escolher entre estudar ou descansar, o desafio é entender que o equilíbrio entre os dois pode ser a melhor estratégia para quem quer chegar bem preparado ao fim do ano.
Segundo Ana Carolina Guedes Mattos, professora do curso de Pedagogia da Estácio, a pausa é parte essencial do processo de aprendizagem. “Descansar é tão importante quanto estudar. O cérebro precisa de tempo para consolidar o que foi aprendido, caso contrário, o excesso de esforço pode gerar o efeito contrário: cansaço, ansiedade e até bloqueios de memória”, explica.
A ciência já comprovou que a memória de longo prazo depende de pausas para se fixar. Isso significa que o estudante que insiste em longas jornadas sem descanso pode até se sentir produtivo, mas está sabotando silenciosamente sua retenção de conteúdo.
Ana Carolina recomenda, inclusive, que se reserve pelo menos uma semana de férias reais, com atividades leves, tempo para lazer e desconexão das obrigações escolares. “Assistir a um filme, caminhar ao ar livre, conversar sobre outros assuntos… tudo isso também faz parte do aprendizado, mesmo que de forma indireta”, garante.
Ainda assim, é possível aproveitar parte das férias para manter os estudos em dia — desde que haja planejamento e respeito ao próprio ritmo. Nada de seguir cronogramas engessados da internet ou tentar compensar o tempo perdido em maratonas de conteúdo.
“Cada estudante tem um funcionamento diferente. O ideal é montar um plano realista, com horários definidos para estudar e também para descansar, se alimentar bem e dormir com qualidade”, afirma a pedagoga. Técnicas como a do Pomodoro, que alterna blocos curtos de estudo com pequenos intervalos, podem ser boas aliadas nesse período, pois evitam o cansaço extremo e aumentam a produtividade.
No fim das contas, o que se busca é uma preparação completa, que vai além do conteúdo. Importante lembrar que o Enem também é uma prova de equilíbrio emocional — e isso se conquista aos poucos, respeitando os próprios limites.
“Dormir demais, estudar demais, focar demais… tudo em excesso faz mal. O desafio do vestibulando é encontrar o meio-termo entre o esforço e o cuidado consigo mesmo”, resume Ana Carolina.




