Deputados da oposição dizem que nenhuma das creches prometidas foi entregue; Governistas afirmam que obras estão em andamento e criticam tom eleitoral
Pedro Beija
Publicado em 06/10/2025 às 20:01
| Atualizado em 06/10/2025 às 21:19
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A sessão plenária desta segunda-feira (6) na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) foi marcada por um intenso debate entre deputados da base e da oposição. O estopim foi o pronunciamento do deputado Antonio Coelho (União Brasil), que cobrou do governo Raquel Lyra (PSD) a entrega das 250 creches prometidas em campanha, com previsão de criação de 60 mil vagas.
Segundo o parlamentar, nenhuma unidade foi concluída até agora. Ele apresentou levantamento apontando que, das 250 creches anunciadas, 192 tiveram licitação lançada, mas apenas 48 possuem ordem de serviço e nenhuma foi entregue. A reportagem do JC questionou o Governo de Pernambuco sobre os números apresentados por Antonio, mas ainda não obteve retorno até a publicação desta matéria.
“Sessenta mil vagas de creches prometidas pelo governo de Pernambuco e nenhuma entregue após quase três anos de gestão”, criticou Antonio Coelho.
O deputado também destacou que o Plano Plurianual (PPA) 2024–2027 do governo prevê a construção de 240 creches – e não 250, como divulgado inicialmente. Ainda de acordo com o parlamentar, em 2024 estavam previstas 40 unidades e mais 10 em 2025, mas sem execução.
“Como um governo que não conseguiu construir uma só creche em três anos vai fazer 230 em apenas um ano?”, questionou.
Ele apontou baixa execução orçamentária como principal entrave. Dos R$ 1,164 bilhão previstos para o programa, apenas R$ 17 milhões foram pagos (1,46%).
“É uma demonstração clara da incapacidade de gestão do atual governo”, disse.
O deputado Rodrigo Farias (PSB) afirmou que 70% do mandato de Raquel Lyra no Governo já se passou “sem entregas concretas” e acusou a gestão de priorizar desapropriações de prédios em vez da construção de creches. Já Júnior Matuto (PRD) ironizou as promessas não cumpridas.
“O povo já apelidou: em vez de ‘Racreche’, o apelido certo é ‘Rablefe'”, ironizou.
Parlamentares como Dani Portela (PSOL), Sileno Guedes (PSB) e Valdemar Borges (PSB) também ressaltaram o impacto social da falta de creches, sobretudo para as mulheres e crianças, e apontaram falhas de gestão em outras áreas do governo.
“É um triste cenário. Nós não viemos aqui comemorar esse resultado, muito pelo contrário. Mas comprovar, mais uma vez, o que se diz aqui desde o início, a ineficiência, a incompetência, a falta de capacidade de gerenciar que esse governo tem”, criticou Sileno.
Governistas reagem e acusam oposição de “antecipar o calendário eleitoral”
A líder do governo na Alepe, Socorro Pimentel (União Brasil), contestou as críticas e afirmou que a oposição tenta “antecipar o calendário eleitoral”. Segundo ela, há creches em andamento em municípios como Serra Talhada, Caruaru, Igarassu e Itamaracá, algumas já com paredes levantadas e previsão de entrega até dezembro.
A deputada também citou dificuldades relacionadas a alvarás municipais e destacou que o governo retomou obras que estavam paradas, como o Hospital da Mulher do Agreste, em Caruaru, e a escola técnica de Exu.
“A governadora Raquel Lyra herdou mais de 400 obras paralisadas e, em menos de três anos, já trabalhou muito mais do que a gestão anterior nos últimos oito anos”, afirmou.
“Quando terminar 2026, a governadora será lembrada como a ‘Racreche’, a governadora da água e da saúde, porque é madeira que cupim não rói”, complementou.
O deputado Luciano Duque (Solidariedade) ponderou que a construção de creches exige tempo, licitações e execução por parte das empresas contratadas.
“Obras dessa magnitude levam, no mínimo, dois anos para serem concluídas. O importante é que a semente foi plantada”, argumentou.
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